O género Peperomia é o segundo maior da família Piperaceae, englobando cerca de 1600 espécies de plantas com distribuição pantropical. A descrição das primeiras espécies deste género remonta a 1798, no Perú.
É um género muito diverso que inclui espécies herbáceas, epífitas e litófitas. As suas folhas variam em forma, cor, tamanho e espessura, dependendo da espécie, mas têm uma característica comum: possuem uma hipoderme espessa - camada localizada abaixo da “pele” da folha - capaz de armazenar água. Esta adaptação confere a muitas espécies um comportamento semelhante ao das plantas suculentas, permitindo-lhes sobreviver em ambientes mais secos. Apesar da sua espessura, a estrutura particular da hipoderme permite a passagem da luz até à camada fotossintética situada por baixo, o que contribui para o sucesso destas plantas em áreas de baixa luminosidade nas florestas tropicais. Por isso, quando cultivadas em casa, preferem luz difusa, sem sol direto, e são especialmente sensíveis ao excesso de água no solo.

O género Peperomia compreende uma grande diversidade de espécies tropicais. Na foto (por thAnh nguyễn em Pexels), Peperomia caperata.
Peperomia polybotrya
Nativa da Colombia, Equador e Peru, esta planta perene é compacta, não costumando ultrapassar os 30 cm de altura. As suas folhas arredondadas, carnudas e peltadas (ou seja, com o pecíolo inserido na página inferior do limbo) lembram a Pilea peperomioides, sendo por isso que esta última tem este nome!
Aprecia ambientes húmidos com temperatura amena e luz indirecta, condições semelhantes às do seu habitat natural. Não é difícil de cuidar e é relativamente resistente a pragas.

Cuidados:
Luz: moderada, indirecta. Dica: rodar a planta em relação à fonte de luz frequentemente de modo a crescer mais equilibrada, com um formato mais redondo.
Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 18 e 24ºC; aprecia ambientes húmidos mas é relativamente tolerante a ambientes mais secos.
Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem.
Rega: Deixar secar os primeiros centímetros de substrato entre regas, evitar encharcar o substrato. Dica: evitar molhar as folhas pois podem ficar com manchas devido a infecção por fungos ou bactérias.
Fertilização: fertilizar a cada 2 semanas na Primavera, Verão e Outono, mensalmente no Inverno.
Toxicidade: plantas não tóxicas para animais de estimação.
Problemas comuns:
- Manchas castanhas nas folhas, queda das folhas inferiores: excesso de água e/ou frio.
- Folhas murchas, na ausência de substrato seco: apodrecimento da raíz, que pode dever-se a excesso de água.
- Presença de pontos semelhantes algodão nos caules e folhas, por vezes com uma secreção pegajosa: cochonilha, uma das pragas mais prejudiciais às plantas.
- As folhas mais velhas murcham e morrem: normal na maioria dos casos, mas perdas repentinas de folhas podem dever-se a acumulação de sais ou excesso de fertilizante.
Bibliografia
Govaerts, R. et al. 2023. World Checklist of Selected Plant Families. Royal Botanic Gardens, Kew. Disponível em: https://powo.science.kew.org. Acesso em 16, Junho, 2025
North Carolina State University. (n.d.). Peperomia polybotrya. NC State Extension Gardener Plant Toolbox. https://plants.ces.ncsu.edu/plants/peperomia-polybotrya/. Acesso em 16, Junho, 2025
Horner, H. Peperomia leaf cell wall interface between the multiple hypodermis and crystal-containing photosynthetic layer displays unusual pit fields. Annals of Botany 109: 1307–1315. 2012
Pleasant, B. The Complete House Plant Survival Manual. Storey Books. 2005