Araceae - Alocasia

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O género Alocasia compreende mais de 100 espécies de plantas herbáceas, geralmente robustas, de porte pequeno a médio, embora existam espécies gigantes que atingem cerca de 2 metros de altura, como por exemplo a Alocasia robusta. Possuem células produtoras de látex (laticíferos), responsáveis pela sua toxicidade. Habitam regiões subtropicais e tropicais, desde a Ásia até ao Pacífico ocidental e leste da Austrália, tanto em florestas primárias como secundárias, principalmente em condições de humidade elevada constante. Algumas espécies, contudo, podem comportar-se como sazonais, entrando em estado de dormência durante as estações frias.

Morfologicamente, caracterizam-se por um caule espesso que na maioria das espécies se assume como rizoma ou como tubérculo, folhas largas e sagitadas (na planta adulta) que podem ser em pequeno número ou por vezes solitárias, com longos pecíolos que em alguns casos apresentam padrões impressionantes, como na Alocasia zebrina.

Apesar de serem plantas relativamente difíceis de manter, as Alocasia têm enorme popularidade enquanto plantas ornamentais, sendo frequentemente conhecidas como “Orelha-de-elefante”, designação que partilham com as plantas do género Colocasia, com as quais são muitas vezes confundidas. Dentro das espécies com importância ornamental, destacamos a Alocasia baginda, a Alocasia reginula, a Alocasia zebrina e a Alocasia micholitziana. Existem também variedades híbridas resultantes do cruzamento entre espécies, como por exemplo a Alocasia “Sarian” e a Alocasia amazonica, cuja variedade “Polly” é muito popular.

As plantas do género Alocasia habitam florestas tropicais húmidas, à semelhança das restantes plantas da família Araceae, da qual fazem parte. 

Alocasia baginda

Planta herbácea nativa da ilha de Bornéu, no Sudeste Asiático. O seu nome deriva da expressão “Sua Majestade” em indonésio. De pequeno porte, atinge cerca de 25 a 30 cm de altura na idade adulta, apresentando folhas em pequeno número, longos pecíolos e limbo com cerca de 10-18 cm de comprimento, de cor verde escura alternando com relevos acinzentados, assemelhando-se a uma superfície de couro. As variedades “Dragon Scale” e “Silver Dragon” são as mais populares enquanto plantas ornamentais.

A Alocasia baginda é conhecida pelas suas folhas que lembram uma carapaça ou uma superfície de couro. Fotografia da esquerda por Severin Candrian em Unsplash, fotografia da direita ©Variegato Plants.


Alocasia reginula

A origem desta planta é incerta mas pensa-se que seja nativa da ilha de Bornéu, à semelhança da Alocasia baginda. As técnicas de cultura de tecidos vegetais disponíveis actualmente tornaram-na acessível aos apreciadores de plantas ornamentais. O seu nome deriva do latim “pequena rainha” e o epíteto “Black Velvet” da sua variedade mais popular deve-se às folhas de cor-verde escuro e toque aveludado, em forma de coração, as quais podem atingir cerca de 15 cm de comprimento. É uma planta rizomatosa, compacta, que raramente ultrapassa os 45 cm de altura e largura, sendo uma excelente escolha para espaços reduzidos.

A Alocasia reginula "Black Velvet" é uma planta compacta mas que não deixa ninguém indiferente, com as suas folhas aveludadas de cor verde escura. Fotografias por Severin Candrian em Unsplash.


Alocasia zebrina

Nativa das florestas tropicais húmidas das Filipinas, onde integra a vegetação rasteira, esta impressionante Alocasia pode atingir 1,80 metros de altura, graças aos seus longos pecíolos de cor verde clara e riscas acastanhadas. As suas grandes folhas em forma de seta funcionam como verdadeiros painéis solares, absorvendo a luz indirecta que lhes chega através da copa das árvores tropicais. Nas condições adequadas, é uma planta de rápido crescimento, perdendo as folhas antigas à medida que crescem novas. 

Ao contrário da maioria das plantas, que são reconhecidas pela cor ou formato das folhas, a Alocasia zebrina é admirada pelos seus longos pecíolos listrados. Fotografia da esquerda por Severin Candrian em Unsplash, fotografia da direita ©Variegato Plants.


Cuidados (comuns ao género Alocasia):

Luz: abundante, indirecta; o sol directo pode queimar as folhas.

Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 15 e 27ºC; com temperaturas mais baixas as plantas do género Alocasia podem entrar em dormência, perdendo as suas folhas; necessitam de humidade elevada.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem; evitar a troca de substrato ou o reenvasamento a menos que necessário, pois são plantas muito sensíveis a qualquer elemento disruptivo. Dica: de modo a manter o substrato rico em nutrientes, em vez da troca total pode substituir-se a sua parte superficial por húmus de minhoca, de modo a não perturbar tanto a planta; se for mesmo necessário reenvasar para um vaso maior, escolher um número ligeiramente acima do anterior.

Rega: regar quando os primeiros centímetros de substrato estiverem secos; as plantas do género Alocasia são muito sensíveis ao excesso de água mas também à seca, pelo que é importante manter o equilíbrio.

Fertilização: fertilizar mensalmente na Primavera e Verão, as estações de crescimento.

Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.


Problemas comuns das plantas do género Alocasia:

  • Folhas novas crescem enrugadas e/ou com manchas amarelas: afídeos (também conhecidos como pulgões), insectos que sugam a seiva das plantas.
  • Presença de pontos semelhantes algodão nas folhas, por vezes com uma secreção pegajosa: cochonilha, uma das pragas mais prejudiciais às plantas.
  • Pequenos discos castanhos nas folhas: cochonilha-lapa, uma praga por vezes difícil de identificar
  • Manchas castanhas ou pretas nas folhas: infecção por fungos, um problema que pode ocorrer se o ambiente não for adequadamente ventilado.
  • Pontas das folhas castanhas: défice de humidade.
  • Folhas ficam amarelas e moles, acabando por cair: excesso de água, que pode facilmente levar ao apodrecimento radicular.


Bibliografia:

Boyce, P. A review of Alocasia (Araceae: Colocasieae) for Thailand including a novel species and new species records from South-West Thailand. Thai Forest Bulletin (Botany) 36, 1–17. 2008.

Kurniawan, A, Boyce, P. Studies on the Alocasia Schott (Araceae-Colocasieae) of Borneo II: Alocasia baginda, a New Species from Eastern Kalimantan, Indonesian Borneo. Acta Phytotax. Geobot 60 (3), 123–126. 2011.

Courtney, A. Alocasia Dragon Scale Care (Complete Guide). Disponível em: https://smartgardenguide.com/a.... Acesso em 26, Dezembro, 2021.

Courtney, A. How to care for Alocasia zebrina. Disponível em: https://smartgardenguide.com/a.... Acesso em 26, Dezembro, 2021.

Courtney, A. Alocasia Black Velvet Care (Alocasia Reginula). Disponível em: https://smartgardenguide.com/a.... Acesso em 26, Dezembro, 2021.