Araceae - Philodendron

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O género Philodendron é um dos mais representativos da família Araceae, estando descritas cerca de 500 espécies a ele pertencentes, algumas delas com potencial económico, sobretudo como plantas ornamentais mas também para produção de óleos essenciais (como o Philodendron frangrantissimum) ou de fibras para artesanato (por exemplo, Philodendron solimoesense). Enquanto plantas ornamentais, são muito populares por serem de rápido crescimento e fáceis de manter e propagar. 

Tal como o seu nome sugere – Philodendron deriva do grego fúllon, que significa folha, e déndron que significa árvore – a maioria das plantas pertencentes a este género são trepadeiras. Assim, muitas das espécies que têm importância ornamental devem ser colocadas num vaso com um tutor, de modo a simular as condições do seu habitat natural, promovendo um maior crescimento das suas folhas. Podem também ser colocadas em vasos pendentes mas não é expectável que nesse caso as folhas cresçam tanto. Há, no entanto, outras espécies que não apresentam essa característica, crescendo em roseta, perto do solo.

À semelhança dos restantes géneros pertencentes à família Araceae, os Philodendron são tóxicos, pelo que devem ser mantidos longe dos nossos gatos e de outros animais de estimação. Algumas pessoas são alérgicas à seiva destas plantas e, nesse caso, devem proteger bem a pele quando procedem ao corte de caules ou à substituição do substrato.

Existem várias espécies de Philodendron e tal como as restantes plantas pertencentes à família Araceae são características das florestas tropicais húmidas. Fotografia por Maik Kleinert em Unsplash.

Como já referimos, há muitas espécies pertencentes a este género. Destacamos as seguintes:

Philodendron erubescens

Trata-se de uma espécie trepadeira com folhas alongadas e com uma cor avermelhada no seu verso e caule, embora existam variedades com cores diferentes. Cresce mais feliz se tiver um tutor por perto, como já referimos, podendo atingir mais de 1 metro de altura. Dica: quando atinge dimensões maiores pode ser propagada facilmente por estacas, cortando abaixo do nó e enraizando (em água ou solo).

Cuidados:

Luz: abundante no Verão, moderada no Inverno.

Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 18 e 27ºC; no Verão podem ser colocadas no exterior; preferem ambientes húmidos, característicos do seu habitat natural, mas sendo plantas resistentes toleram climas mais secos.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem; beneficiam da troca anual de substrato na Primavera.

Rega: manter o substrato ligeiramente húmido; reduzir a rega no Inverno.

Fertilização: fertilizar a cada 2-3 semanas na Primavera e Verão; no Outono e Inverno, mensalmente.

Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.

O Philodendron erubescens White Princess é uma variedade rara desta espécie, caracterizando-se por folhas verdes com variegação branca e por vezes cor-de-rosa.

Philodendron scandens

Também designada por Philodendron hederaceum, trata-se de uma espécie trepadeira com folhas em forma de coração, muito fácil de cuidar e também apreciando a presença de um tutor. Pode contudo ser disposta de modo pendente, em cima de uma estante ou num vaso de pendurar. Dica: estas plantas podem ser podadas regularmente, estimulando assim o crescimento e permitindo propagá-las por estacas.

Cuidados:

Luz: luz indirecta, moderada; toleram ambientes com luminosidade mais reduzida.

Temperatura: temperatura amena, entre 16 e 24ºC, embora tolerem temperaturas mais baixas.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem; beneficiam da troca anual de substrato na Primavera ou início do Verão.

Rega: requerem menos água que as restantes espécies de Philodendron, pelo que o substrato deve secar entre regas; reduzir a rega no Inverno. Dica: no Verão podem ser regadas com chuveiro no exterior, ajudando na limpeza das folhas.

Fertilização: fertilizar mensalmente na Primavera, Verão e Outono; no Inverno, a cada 6 semanas.

Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.

O Philodendron scandens "Brasil" é uma planta bastante apelativa, com as suas cores que lembram a bandeira daquele país.


Philodendron híbridos 

Resultam do cruzamento de várias espécies, incluindo Philodendron auriculatum, Philodendron bipinnatifidum, Philodendron deflexum e Philodendron selloum. Muitos deles, ao contrário das espécies P. scandens e P. erubescens, não são plantas trepadeiras e as suas folhas apresentam forma de espada. São plantas mais compactas, podendo atingir 60 cm de altura, e habitualmente requerem menos luz que os restantes Philodendron. Existem várias variedades com importância ornamental, como por exemplo o Philodendron Moonlight, o Philodendron Birkin, o Philodendron Prince of Orange e o Philodendron Black Cardinal. 

Cuidados:

Luz: luz moderada.

Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 21 e 29ºC; gostam de humidade moderada.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem; beneficiam da troca anual de substrato na Primavera; preferem alguma restrição às raízes, pelo que não devem ser colocadas em vasos muito grandes.

Rega: manter o substrato ligeiramente húmido mas deixar secar a primeira camada entre as regas.

Fertilização: fertilizar mensalmente na Primavera, Verão e Outono; no Inverno, a cada 6 semanas.

Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.

O Philodendron Birkin, com as suas características folhas "riscadas", é uma planta compacta e fácil de cuidar.

Problemas comuns das plantas do género Philodendron

  • Folhas mais velhas amarelas: excesso de luz, temperaturas baixas ou nutrição inadequada.
  • Caules muito longos com muito espaço entre as folhas: défice de luz.
  • Crescimento estagnado ou folhas pequenas: insuficiente fertilização.
  • Folhas novas crescem enrugadas e/ou com manchas amarelas: afídeos (também conhecidos como pulgões), insectos que sugam a seiva das plantas e costumam agrupar-se nos caules.
  • Presença de pontos semelhantes algodão nos caules e folhas, por vezes com uma secreção pegajosa: cochonilha, uma das pragas mais prejudiciais às plantas.


Bibliografia:

Júnior, S. Filogenia e evolução cariotípica do género Philodendron (Araceae), com ênfase para espécies da Amazônia brasileira. Universidade Federal de Pernambuco. Recife. 2015

Pleasant, B. The Complete House Plant Survival Manual. Storey Books. 2005