O nome Anthurium tem origem nas palavras gregas anthos, que significa flor, e oura, que significa cauda, remetendo para a inflorescência característica destas plantas. A primeira espécie deste género a ser descrita - Anthurium acaule - data do início do século XIX, estando actualmente identificadas cerca de 900 espécies e sendo por isso o género mais diverso dentro da família Araceae.
Nativas de regiões tropicais do continente americano, são plantas perenes, de porte herbáceo e frequentemente epífitas ou hemiepífitas, crescendo apoiadas nos troncos de outras plantas. São muito populares enquanto plantas ornamentais, em parte devido à sua inflorescência característica, comum às restantes plantas da família, formada por um conjunto de pequenas flores agrupadas em forma de espiga - o espádice - envolto por uma folha modificada, uma bráctea, de cor vistosa, que tem como função atrair polinizadores - a espata. Outras espécies, como por exemplo o Anthurium clarinervium e o Anthurium crystallinum, são apreciadas por coleccionadores pelas suas originais folhas em forma de coração e nervação característica.

Anthurium crystallinum
Nativa das florestas tropicais do Panamá e Colombia, esta espécie apresenta porte subarbustivo e cresce apoiada nos troncos de árvores no seu habitat natural. As suas folhas em forma de coração, com nervuras pronunciadas, tornam-se progressivamente mais escuras à medida que a planta amadurece, adquirindo uma tonalidade verde intensa e uma textura aveludada. Em plantas desenvolvidas, as folhas podem atingir 30 cm de comprimento! Estas características, aliadas à relativa facilidade de cultivo, tornam o Anthurium crystallinum uma espécie de elevada importância ornamental.

Anthurium clarinervium
Descrita pela primeira vez na década de 40 do século XX, esta espécie de Anthurium nativa das florestas tropicais do México é muito semelhante ao Anthurium crystallinum mas distingue-se deste último por ser compacta, não epífita e apresentar folhas de um verde mais escuro e com um formato de coração ainda mais pronunciado, tornando-a uma das plantas raras mais populares entre coleccionadores. Tem também um crescimento mais lento e as folhas podem atingir 40 cm de comprimento na planta adulta.

Cuidados (comuns ao género Anthurium):
Luz: abundante, indirecta; podem apanhar algum sol directo nas horas de menor calor.
Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 18 e 27ºC; não são muito exigentes no que diz respeito à humidade, embora apreciem humidade elevada, sobretudo para que as novas folhas em desenvolvimento não fiquem presas.
Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem.
Rega: nas estações quentes, garantir que o substrato permanece sempre húmido mas sem encharcar; no Inverno deixar secar os primeiros centímetros de substrato entre regas, as quais devem ser mais espaçadas.
Fertilização: fertilizar a cada 3 semanas na Primavera e Verão e a cada 6 semanas no Outono e Inverno.
Toxicidade: plantas tóxicas para animais de estimação.
Problemas comuns das plantas do género Anthurium:
- Folhas amarelas, sobretudo as inferiores: excesso de água, geralmente relacionado com substrato pouco arejado.
- Manchas castanhas nas folhas: queimadura pelo sol (se exposta a sol directo intenso) ou infecção bacteriana (se mancha com halo amarelado em redor) associada a excesso de água ou substrato pouco arejado.
- Folhas pálidas ou secas, por vezes com padrão “salpicado” ou com teias no verso: ácaros-aranha, uma praga bastante prejudicial pois costuma passar despercebida em fases iniciais.
- Manchas irregulares de cor prateada nas folhas, por vezes com pequenos pontos pretos, acabando as folhas por murchar: infestação por tripes, insectos milimétricos sugadores de seiva, uma praga devastadora se não for tratada atempadamente.
Bibliografia:
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Sree, V. B, Thaneshwari, T, Wani, A. W, Gupta, R, Mouli, S, Sarje, R, Kumar, S, Pathania, S, Jayakumar, S. Future directions and opportunities in Anthurium breeding research. African Journal of Biological Sciences 6(5). 2024. 3394-3409
Teixeira da Silva, J. A , Dobránszki J, Winarto B, Zeng, S. Anthurium in vitro: A review. Scientia Horticulturae 186. 2015. 266–298
Anthurium crystallinum Linden & André. Plants of the World Online. Facilitado pelos Royal Botanic Gardens, Kew. Publicado originalmente em Catalogue Général, 1873; atualizado em POWO (2025). Disponível em: https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:84713-1 (acesso em 23 de Junho de 2025)
International Aroid Society. Anthurium clarinervium Matuda. Disponível em: https://www.aroid.org/anthurium/anthurium-clarinervium-matuda. (acesso em 23 de Junho de 2025)