Musaceae - Musa

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O género Musa compreende cerca de 70 espécies de plantas arborescentes de distribuição abrangente no planeta, com claro predomínio em regiões tropicais. Caracterizam-se por grandes folhas alongadas dispostas em espiral que podem atingir 3 metros de comprimento; as suas bainhas formam um “pseudocaule”, sendo o verdadeiro caule da planta um rizoma subterrâneo, o qual permite o armazenamento de nutrientes. Em condições ideais, o “pseudocaule” atinge 3 a 9 metros de altura.

Algumas espécies deste género produzem frutos comestíveis: a banana, mais popular, e o plátano, habitualmente consumido depois de cozinhado. Deste modo, são plantas com enorme importância económica - a banana é um dos frutos mais consumidos no mundo - sendo por isso natural que as suas plantações ocupem grandes áreas das regiões quentes e temperadas do planeta.

A banana é um dos frutos mais consumidos em todo o mundo. Fotografia por M Rishal em Unsplash.


Grande parte das bananeiras cultivadas têm origem em duas espécies selvagens: Musa acuminata e Musa balbisiana, bem como do híbrido resultante destas duas, a Musa x paradisíaca. A evolução deste processo de cultivo ocorreu maioritariamente na Ásia, região considerada o centro de origem das espécies de Musa, sendo a África Subsariana um centro de diversidade secundário de plantas deste género. Com a expansão do comércio e a exploração do continente Americano por parte dos povos europeus, o cultivo destas plantas expandiu-se para outros locais.

As diversas variedades cultivadas são muito semelhantes morfologicamente e também podem ser usadas como plantas ornamentais, sobretudo as mais compactas. Outras espécies têm usos diferentes, como a Musa textilis, cultivada nas ilhas do Pacífico e nas Filipinas para produção de tecidos e cordas através das suas fibras foliares.

Apesar da origem das espécies de Musa se localizar na Ásia, o seu cultivo expandiu-se a várias regiões do planeta. Fotografia por Vije Vijendranath em Unsplash.


Cuidados

Luz: abundante, indirecta; pode apanhar sol directo nas horas de menor calor.

Temperatura e humidade: temperatura amena a elevada, entre 17 e 28ºC; preferem ambientes húmidos, característicos do seu habitat natural; têm pouca tolerância à combinação de frio com humidade reduzida.

Substrato: deve ser arejado e garantir boa drenagem.

Rega: Deixar secar os primeiros centímetros de substrato entre regas; contudo, evitar esquecimentos pois são plantas pouco tolerantes a secas.

Fertilização: fertilizar mensalmente na Primavera e Verão.

Toxicidade: plantas não tóxicas para animais de estimação.

Problemas comuns:

  • Folhas mais velhas amarelas ou castanhas: temperaturas baixas ou falta de luz, no Inverno; no Verão pode dever-se a rega errática causando défice ou excesso de água no substrato.
  • Manchas irregulares de cor prateada nas folhas, por vezes com pequenos pontos pretos, acabando as folhas por murchar: infestação por tripes, insectos milimétricos sugadores de seiva, uma praga devastadora se não for tratada atempadamente
  • Presença de pontos semelhantes algodão nos caules e folhas, por vezes com uma secreção pegajosa: cochonilha, uma das pragas mais prejudiciais às plantas.
  • Folhas pálidas ou secas, por vezes com padrão “salpicado” ou com teias no verso: ácaros-aranha, uma praga bastante prejudicial pois costuma passar despercebida em fases iniciais;
  • Manchas castanhas, por vezes com halo amarelo, que podem coalescer e atingir grandes dimensões: infecção por fungos; existem várias espécies de fungos capazes de provocar doença em plantas do género Musa, como por exemplo o Mycosphaerella fijiensis e o Mycosphaerella musicola.

Bibliografia

Delucchi, G, Hurrell, J. Flora Rioplatense. Capítulo Musaceae. Julio A. Hurrell. 2008. 253-262

Souza, S. Avaliação da variabilidade genética em Musa spp. utilizando marcadores microssatélites. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo. Piracicaba. 2002

Nechet, K, Vieira, B. Doenças da Bananeira no Estado de Roraima: Sintomas e Manejo. Circular Técnica, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasil. 2005